O conceito de Tapete Contador de
Histórias surgiu em França, em 1987, criado pela Educadora Clotilde
Fougeray-Hammam, com o nome de Raconte-Tapis.
Estando, na altura, na moda os
tapetes para os quartos das crianças com imagens impressas de quintas ou
cidades,Clotilde tem a ideia de criar um tapete tridimensional a partir de uma
história narrada num livro da sua infância, para oferecer ao seu neto desta
feita. O tapete obteve muito sucesso na comunidade de pessoas com quem se
relacionava e com quem trabalhava. Decidiu, assim,começar a expandir a
atividade. Com a parceria de seu filho, Eric Hammam, diretor de teatro,
desenvolveu um projeto de incentivo à leitura, os Raconte-Tapis.

Os Tapetes são criados em função
de um determinado livro e este deve estar sempre presente. No início da história,
o mediador irá apresentar às crianças o livro e recorrerá a ele durante a
história as vezes que considerar pertinente para que as crianças estabeleçam
a relação entre a história contada através do Tapete e o livro. Os tapetes são
construídos totalmente em tecido, sem integração de qualquer outro tipo de
material, e recorrendo à diversidade de cores e de texturas. Os tecidos são
escolhidos em conformidade com os elementos que se querem construir. O tecido é
um material agradável ao tacto e qualquer criança estabelece uma boa relação
“afetiva” com o mesmo. Desde cedo, e permanentemente, que o seu contato com os
tecidos existe.
A transposição para o tapete
passa inicialmente por uma análise cuidadosa do livro que se pretende apresentar,
sendo que existem livros que dificilmente se poderão aplicar a esta metodologia
(caso em que os cenários onde se passe a história se alteram permanentemente). A
identificação de um cenário global onde decorre toda a história é fundamental,
para que sirva de fundo ao tapete. A criação das personagens, objetos e
restantes elementos que fazem parte da narrativa deverão apresentar-se o mais
fiel possível às ilustrações apresentadas no livro, para que a criança possa
estabelecer a ponte entre a história que ouve e o livro que vê. As personagens,
normalmente, estão escondidas nas diversas partes do Tapete e apenas vão
surgindo com o desenvolver da história, tal como se fosse a passagem para a
página seguinte do livro.

Não sendo um teatro de marionetes, as personagens
devem manter sempre o nível narrativo e não passar para uma fase dramática. A
importância é a narrativa contada na história e o Livro que se quer dar a
conhecer. Após esta fase em que o mediador de leitura apresenta a história,
deverá deixar disponível o Tapete e o Livro ao grupo de crianças para que estes
os explorem sozinhos. Esta fase dependerá do nível etário do grupo: poderão
recontar a história ou inventar novas histórias com o cenário, personagens
e elementos disponíveis.
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