terça-feira, 18 de novembro de 2014

COMO SURGIRAM “OS TAPETES CONTADORES DE HISTÓRIAS” ou "RECONTE-TAPIS"?



O conceito de Tapete Contador de Histórias surgiu em França, em 1987, criado pela Educadora Clotilde Fougeray-Hammam, com o nome de Raconte-Tapis.
Estando, na altura, na moda os tapetes para os quartos das crianças com imagens impressas de quintas ou cidades,Clotilde tem a ideia de criar um tapete tridimensional a partir de uma história narrada num livro da sua infância, para oferecer ao seu neto desta feita. O tapete obteve muito sucesso na comunidade de pessoas com quem se relacionava e com quem trabalhava. Decidiu, assim,começar a expandir a atividade. Com a parceria de seu filho, Eric Hammam, diretor de teatro, desenvolveu um projeto de incentivo à leitura, os Raconte-Tapis.

Clotilde defende que o Raconte-Tapis é lúdico mas não é um jogo, que se conta mas não é uma história e que pode ser utilizado por e para qualquer faixa etária, desde os mais pequenos nos jardins-de-infância até à terceira idade. O Raconte-Tapis é uma ponte entre acriança e o livro; transporta consigo um conceito pedagógico. A metodologia da utilização dos Raconte-Tapis é interativa entre todos os participantes, adultos e crianças, pois coloca todosao mesmo nível, dado que o tapete fica no chão. O mediador de leitura e as crianças devem ficar todas sentadas à sua volta e partilhar da história apresentada. 
Os Tapetes são criados em função de um determinado livro e este deve estar sempre presente. No início da história, o mediador irá apresentar às crianças o livro e recorrerá a ele durante a história as vezes que considerar pertinente para que as crianças estabeleçam a relação entre a história contada através do Tapete e o livro. Os tapetes são construídos totalmente em tecido, sem integração de qualquer outro tipo de material, e recorrendo à diversidade de cores e de texturas. Os tecidos são escolhidos em conformidade com os elementos que se querem construir. O tecido é um material agradável ao tacto e qualquer criança estabelece uma boa relação “afetiva” com o mesmo. Desde cedo, e permanentemente, que o seu contato com os tecidos existe.
A transposição para o tapete passa inicialmente por uma análise cuidadosa do livro que se pretende apresentar, sendo que existem livros que dificilmente se poderão aplicar a esta metodologia (caso em que os cenários onde se passe a história se alteram permanentemente). A identificação de um cenário global onde decorre toda a história é fundamental, para que sirva de fundo ao tapete. A criação das personagens, objetos e restantes elementos que fazem parte da narrativa deverão apresentar-se o mais fiel possível às ilustrações apresentadas no livro, para que a criança possa estabelecer a ponte entre a história que ouve e o livro que vê. As personagens, normalmente, estão escondidas nas diversas partes do Tapete e apenas vão surgindo com o desenvolver da história, tal como se fosse a passagem para a página seguinte do livro.


Não sendo um teatro de marionetes, as personagens devem manter sempre o nível narrativo e não passar para uma fase dramática. A importância é a narrativa contada na história e o Livro que se quer dar a conhecer. Após esta fase em que o mediador de leitura apresenta a história, deverá deixar disponível o Tapete e o Livro ao grupo de crianças para que estes os explorem sozinhos. Esta fase dependerá do nível etário do grupo: poderão recontar a história ou inventar novas histórias com o cenário, personagens e elementos disponíveis.




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