segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Leitura em foco...


OLIVEIRA, Ieda de (Org). O que é qualidade em literatura infantil e juvenil: com a palavra o educador. São Paulo: DCL, 2011.


                                                              Sinopse:
O terceiro e último volume da série “O que é qualidade em literatura infantil e juvenil” traz como enfoque a palavra do educador. Os outros dois abordaram a palavra do escritor e do ilustrador.
O livro apresenta textos de consagrados educadores do Brasil e traça um panorama da literatura produzida para crianças e jovens.



Em 2012, o livro recebeu da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) o selo ALTAMENTE RECOMENDÁVEL. 









Sobre a autora (organizadora) do livro:




Ieda de Oliveira é Pós-doutora em Análise do Discurso (Université Paris XIII), Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), Mestre em Letras pela PUC-RJ e Especialista em Literatura Infantil e Juvenil pela UFRJ. Atua no magistério superior como profes­sora de Literatura Infantil e Juvenil e Teoria da Literatura e é fundadora e diretora da COLL – Consultoria de Língua Portuguesa e Literatura no Rio de Janeiro.

Principais obras de Ieda de Oliveira:

LITERATURA INFANTIL:
  • Brasileirinho - História de Amor do Brasil – livro e CD com músicas - São Paulo: Editora DCL, 2000, ilustrado por Luís Dias.
  • Bruxa e Fada Menina Encantada - São Paulo: Editora DCL, 2002, ilustrado por Pink Weiner.
  • Emmanuela - São Paulo: Editora Saraiva, 2003, ilustrado por Marilda Castanha.
  • Antologia Poética Brasileira – Poesia varinha mágica (organizada por Nelly Novaes Coelho) - São Paulo: Editora Harbra, 2005.
  • Cigarra & Formiga Produções Artísticas - São Paulo: Editora Larousse, 2006, ilustrado por Maria Eugênia.
  • A Cobra e o Sábio - São Paulo: Editora Larousse, 2007, ilustrado por Ivan Zigg.
  • O Sapo e o Pássaro - São Paulo: Editora Larousse, 2008, ilustrado por Maurício Veneza.
  • O Espelho - São Paulo: 2009, ilustrações Márcia Széliga.
  • Bruxa e fada – Caldeirão ou Varinha de Condão - São Paulo: Editora DCL, 2010, ilustrado por Pink Weiner.
  • O Leão e o Macaco - São Paulo: Editora Larousse, 2011.
LITERATURA JUVENIL:
  • O Raio da Positividade, ilustrado por Ennio Possebon (Editora FTD) 1998.
  • Contexto Sinistro Histórias Fantásticas (Editora Ao Livro Técnico) 2000.
  • A Saga de Um Rei, ilustrado por Rui de Oliveira, (Editora DCL) 2004.
  • A Serpente de Olumo, ilustrado por Roberto Melo (Editora Cortez) 2006.
  • Raimischimbilim - O Mistério da Família Salles, ilustrado por Rogério Borges, (Editora DCL) 2005.
  • O Cheiro da Morte e outras histórias, ilustrado por Alexandre Teles, (Editora Biruta) 2010.
TEÓRICAS:
  • O Contrato de Comunicação da Literatura Infantil e Juvenil (tese de doutorado) (Editora Nova Fronteira) 2003.
  • O que é qualidade em Literatura infantil e Juvenil: com a palavra o escritor (Org) (Editora DCL) 2006.
  • O que é qualidade em Ilustração no Livro Infantil e Juvenil: com a palavra o Ilustrador (Org), (Editora DCL) 2008.
  • O que é qualidade em Literatura infantil e Juvenil- com a palavra o educador (Editora DCL) 2011.
PRÊMIOS
  • Prêmio Adolfo Aizen de Literatura Infantil.
  • Prêmio José Guilherme Merquior de Crítica Literária.
  • Finalista do Prêmio Espace Enfants, na Suíça.
  • Prêmio Alice da Silva Lima de Teatro Infantil de melhor texto inédito de teatro infantil.
  • Mención de honor no Concurso Los Niños Del Mercosur¨, na Argentina.
  • Selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) em 2005, 2007, 2009, 2012.
Para acessar o blog da Ieda de Oliveira:




A seguir, algumas considerações sobre alguns artigos do livro:

COELHO, Nelly Novaes. O que é qualidade em educação? In: OLIVEIRA, Ieda de (Org). O que é qualidade em literatura infantil e juvenil: com a palavra o educador. São Paulo: DCL, 2011.  P. 17-45.

Nelly Coelho faz uma breve retomada histórica desde o início do século XVI, época dos grandes descobrimentos, quando Portugal nos “achou”, até o limiar do século XXI. Nessa revisitação, Nelly destaca uma dupla problemática: o valor (ou desvalor) dado à língua e à religião.

A autora mostra como, no período da colonização do território brasileiro, nenhuma providência foi tomada para a instrução dos novos moradores. Somente com a chegada dos primeiros jesuítas, com a clara intenção de instruir/evangelizar o “gentio” das terras selvagens, chegava ao Brasil a primeira semeadura da língua portuguesa falada em Portugal. Era o alicerce para a civilização ocidental cristã.

Dentre os jesuítas, José de Anchieta assumiu a difícil tarefa de decifrar a língua falada pelos indígenas:

“Num extraordinário trabalho de criação linguística – fusão do tupi com o português -, Anchieta engendrou uma língua comum, o “nheengatu” ou “fala brasileira” (dialeto ainda hoje falado em alguns pontos do Brasil, como na fronteira com o Paraguai e em certas regiões do Amazonas).” (COELHO, 2011, p. 25).

Essa semeadura inicial frutificou entre os pequenos núcleos de colonos e aldeamentos indígenas. Com o passar do tempo, outras ordens religiosas enviaram missionários com a finalidade de fundar conventos e escolas. A “língua brasileira”, criada por Anchieta, proliferou rapidamente, juntamente com muitos dialetos que se espalharam pela Colônia. Já em 1759, o Marquês de Pombal instituiu o português como língua oficial.

No texto, Nelly Coelho explica como surgiram as primeiras “reduções jesuíticas”, os primeiros “colégios” para os meninos de famílias abastadas e como eram educadas as meninas dessas famílias.  A autora mostra, através dos registros históricos da época, como eram abordados os temas das ciências naturais e humanas e o que era priorizado nos currículos vigentes no Brasil Colônia. Em sequência, o texto destaca a influência dos ideais iluministas e as consequências da expulsão dos jesuítas, para o ensino na Colônia.

A partir do início do século XIX, com a relação conflituosa entre a França e a Inglaterra, a corte portuguesa chega ao Brasil, em 1808. Nelly Coelho retrata a educação brasileira desde a chegada da corte real até o período do Império, passando do reinado de d. Pedro I, as regências até o reinado de d. Pedro II.

A análise da autora parece dar um salto no período da Primeira República até os dias de hoje. Nelly Coelho destaca a necessidade de reafirmarmos “o novo humanismo: a nova visão de mundo alicerçada no homem, no poder criador de sua palavra e do seu fazer”. (COELHO, 2011, p. 42)

A autora finaliza seu texto com algumas reflexões:
“Os novos rumos da educação apontam para a aprendizagem da língua portuguesa como fator integrante da identidade do eu como pertencente a um povo.” (p. 42)
“A literatura, como domínio pleno da língua e do conhecimento humano, prepara cominho para a entrada nas demais áreas do saber...” (p. 42)
“Como integrar o conhecimento cultural e o instrumental num projeto de formação humana que vá além da mera diversão ou de acesso à mera informação? Dessa ‘integração’ resultará a qualidade da nova educação.”(p. 43).


MARTHA, Alice Áurea Penteado. Qualidade na literatura infantil e juvenil: como reconhecer na prática da leitura?  In: OLIVEIRA, Ieda de (Org). O que é qualidade em literatura infantil e juvenil: com a palavra o educador. São Paulo: DCL, 2011.  P. 47-65.


Nesse texto, a autora apresenta uma série de considerações que podem ajudar o educador nas escolhas de obras com qualidade para a leitura em ambiente escolar.

Segundo a autora, existem programas e instituições que promovem e divulgam as obras significativas publicadas anualmente. Entretanto, é o professor, o coordenador, o mediador de leitura que escolhem as obras que de fato os alunos terão acesso no ambiente escolar. E, dessa escolha, cabe a “responsabilidade por conduzir a leitura, de modo que a atividade se torne um hábito prazeroso, inclusive para além dos muros da escola” (MARTHA, 2011, p. 47).

A grande dúvida que Alice Martha divide com o leitor de seu texto é exatamente o questionamento que passa o professor, diante de uma lista de obras selecionadas: como “transmitir o gosto pela leitura”; como extrair das obras a qualidade na literatura para crianças e jovens? E ainda: que critérios levam um educador a afirmar que determinado texto literário é de qualidade e outro não?

Alice Martha apresenta como exemplos da prática de leitura de três textos cuja qualidade estética justifica sua imersão no sistema literário. São eles:










Dentre os três livros, escolhemos um para compartilharmos no blog:

No livro Era mais uma vez outra vez, de Gláucia Lewicki (2007), a autora faz uma reescrita do conto tradicional. 




A linguagem é acessível, divertida e os diálogos envolvem o leitor.
Na obra, o narrador parece desesperado, procurando os personagens que não estavam nas páginas em que deveriam estar. Ao constatar que as ilustrações estavam diferentes, descobre que o Reino da Calibúrnia não existia mais...

               "ERA UMA VEZ, HÁ MUITO TEMPO, NO DISTANTE REINO DE ANASCAR...               ANASCAR? 
               QUE REINO É ESSE? 
               A HISTÓRIA DESSE LIVRO SE PASSAVA NO REINO DA CALIBÚRNIA! ALGUMA COISA ERRADA ESTÁ ACONTECENDO AQUI!
               FUI DIRETO ATÉ A PÁGINA  ONDE DEVERIA ESTAR O REI.  MAS ELE NÃO  ESTAVA  LÁ.  A  ILUSTRAÇÃO MOSTRAVA APENAS UM BOSQUE COM UM CASTELO AO FUNDO.
              -MAJESTADE! - CHAMEI- MAJESTADE! ONDE ESTÁ VOSSA ALTEZA?
             UM   PASSARINHO QUE FAZIA PARTE DA ILUSTRAÇÃO APONTOU COM A ASA.
              -O REI DA CALIBÚRNIA FOI PARA A PÁGINA SEGUINTE! (...)”




O leitor é convidado a viajar por uma história diferente: imaginem que o rei vendeu o reino da Calibúrnia para o dragão e foi para a praia. O narrador decide colocar o livro em ordem, porque uma menina pegou o livro na estante da biblioteca para ler. Se ele não agisse rápido, ela iria encontrar a história desarrumada.


 E, foi o que aconteceu. 
A menina encontrou mesmo a história toda bagunçada.
Assim, só restou ao narrador começar uma nova história, escrita não pelo autor, mas por todos os personagens da história. Neste livro cheio de surpresas, a autora Glaucia Lewicki desconstrói o conto de fada, com muita criatividade e de maneira divertida.
A obra recebeu o prêmio Barco a Vapor (2006), um dos mais importantes para textos inéditos.


As ilustrações de Gonzalo Cárcamo, aquareladas e coloridas contrastam
com o fundo branco das páginas.






A AUTORA E O ILUSTRADOR:




  
Alguns trabalhos de alunos feitos a partir da leitura do livro:


Colégio Santo Agostinho RJ

Escola Municipal Marlene Barros - MG

MABE- Moderna Associação Brasileira de Ensino - RJ





Atividades disponibilizadas no site da autora:


Em 2012, um grupo de teatro fez um montagem a partir da leitura do livro Era mais uma vez outra vez de Glaucia Lewicky.


                                         http://youtu.be/u9ya_zGu0T8?t=1m6s



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