Leitura em foco...
OLIVEIRA, Ieda de (Org). O que é qualidade em literatura infantil e
juvenil: com a palavra o educador. São Paulo: DCL, 2011.
Sinopse:

O livro apresenta textos de consagrados educadores
do Brasil e traça um panorama da literatura produzida para crianças e jovens.
Em 2012, o livro recebeu da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) o selo ALTAMENTE RECOMENDÁVEL.
Sobre a autora (organizadora) do livro:
Ieda de Oliveira é Pós-doutora
em Análise do Discurso (Université Paris XIII), Doutora em
Letras pela Universidade de São Paulo (USP), Mestre em Letras pela PUC-RJ e Especialista
em Literatura Infantil e Juvenil pela UFRJ. Atua no magistério superior como
professora de Literatura Infantil e Juvenil e Teoria da Literatura e é
fundadora e diretora da COLL – Consultoria de Língua Portuguesa e Literatura no
Rio de Janeiro.
Principais obras de Ieda de Oliveira:
LITERATURA INFANTIL:
- Brasileirinho
- História de Amor do Brasil – livro e CD com músicas - São Paulo: Editora
DCL, 2000, ilustrado por Luís Dias.
- Bruxa e
Fada Menina Encantada - São Paulo: Editora DCL, 2002, ilustrado por Pink Weiner.
- Emmanuela - São
Paulo: Editora
Saraiva, 2003, ilustrado por Marilda Castanha.
- Antologia
Poética Brasileira – Poesia varinha mágica
(organizada por Nelly Novaes Coelho) - São Paulo: Editora Harbra, 2005.
- Cigarra
& Formiga Produções Artísticas - São Paulo: Editora Larousse, 2006,
ilustrado por Maria Eugênia.
- A Cobra
e o Sábio - São Paulo: Editora Larousse, 2007, ilustrado por Ivan Zigg.
- O Sapo
e o Pássaro - São Paulo: Editora Larousse, 2008, ilustrado por Maurício Veneza.
- O
Espelho - São Paulo: 2009, ilustrações Márcia Széliga.
- Bruxa e
fada – Caldeirão ou Varinha de Condão - São Paulo: Editora DCL,
2010, ilustrado por Pink Weiner.
- O Leão
e o Macaco - São Paulo: Editora Larousse, 2011.
LITERATURA JUVENIL:
- O Raio
da Positividade, ilustrado por Ennio Possebon (Editora FTD) 1998.
- Contexto
Sinistro Histórias Fantásticas (Editora Ao Livro Técnico) 2000.
- A Saga
de Um Rei, ilustrado por Rui de Oliveira, (Editora DCL) 2004.
- A
Serpente de Olumo, ilustrado por Roberto Melo (Editora Cortez) 2006.
- Raimischimbilim
- O Mistério da Família Salles, ilustrado por Rogério Borges, (Editora DCL)
2005.
- O
Cheiro da Morte e outras histórias, ilustrado por Alexandre Teles, (Editora
Biruta) 2010.
TEÓRICAS:
- O
Contrato de Comunicação da Literatura Infantil e Juvenil (tese
de doutorado) (Editora
Nova Fronteira) 2003.
- O que é
qualidade em Literatura infantil e Juvenil: com a palavra o escritor (Org)
(Editora DCL) 2006.
- O que é
qualidade em Ilustração no Livro Infantil e Juvenil: com a palavra o
Ilustrador (Org), (Editora DCL) 2008.
- O que é
qualidade em Literatura infantil e Juvenil- com a palavra o educador
(Editora DCL) 2011.
PRÊMIOS
- Prêmio
Adolfo Aizen de Literatura Infantil.
- Prêmio
José Guilherme Merquior de Crítica Literária.
- Finalista
do Prêmio Espace Enfants, na Suíça.
- Prêmio
Alice da Silva Lima de Teatro Infantil de melhor texto inédito de teatro
infantil.
- Mención
de honor no Concurso Los Niños Del Mercosur¨, na Argentina.
- Selo
Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil
(FNLIJ) em 2005, 2007, 2009, 2012.
Para acessar o blog da Ieda de Oliveira:
A seguir, algumas considerações sobre alguns
artigos do livro:
COELHO, Nelly Novaes. O que é
qualidade em educação? In: OLIVEIRA, Ieda de (Org). O que é
qualidade em literatura infantil e juvenil: com a palavra o educador. São
Paulo: DCL, 2011. P. 17-45.
Nelly Coelho faz uma breve
retomada histórica desde o início do século XVI, época dos grandes
descobrimentos, quando Portugal nos “achou”, até o limiar do século XXI. Nessa
revisitação, Nelly destaca uma dupla problemática: o valor (ou desvalor) dado à
língua e à religião.
A autora mostra como, no período
da colonização do território brasileiro, nenhuma providência foi tomada para a
instrução dos novos moradores. Somente com a chegada dos primeiros jesuítas,
com a clara intenção de instruir/evangelizar o “gentio” das terras selvagens,
chegava ao Brasil a primeira semeadura da língua portuguesa falada em Portugal.
Era o alicerce para a civilização ocidental cristã.
Dentre os jesuítas, José de
Anchieta assumiu a difícil tarefa de decifrar a língua falada pelos indígenas:
“Num
extraordinário trabalho de criação linguística – fusão do tupi com o português -,
Anchieta engendrou uma língua comum, o “nheengatu” ou “fala brasileira”
(dialeto ainda hoje falado em alguns pontos do Brasil, como na fronteira com o
Paraguai e em certas regiões do Amazonas).” (COELHO, 2011, p. 25).
Essa semeadura inicial frutificou
entre os pequenos núcleos de colonos e aldeamentos indígenas. Com o passar do
tempo, outras ordens religiosas enviaram missionários com a finalidade de
fundar conventos e escolas. A “língua brasileira”, criada por Anchieta,
proliferou rapidamente, juntamente com muitos dialetos que se espalharam pela
Colônia. Já em 1759, o Marquês de Pombal instituiu o português como língua
oficial.
No texto, Nelly Coelho explica
como surgiram as primeiras “reduções jesuíticas”, os primeiros “colégios” para
os meninos de famílias abastadas e como eram educadas as meninas dessas
famílias. A autora mostra, através dos
registros históricos da época, como eram abordados os temas das ciências
naturais e humanas e o que era priorizado nos currículos vigentes no Brasil
Colônia. Em sequência, o texto destaca a influência dos ideais iluministas e as
consequências da expulsão dos jesuítas, para o ensino na Colônia.
A partir do início do século XIX,
com a relação conflituosa entre a França e a Inglaterra, a corte portuguesa
chega ao Brasil, em 1808. Nelly Coelho retrata a educação brasileira desde a
chegada da corte real até o período do Império, passando do reinado de d. Pedro
I, as regências até o reinado de d. Pedro II.
A análise da autora parece dar um
salto no período da Primeira República até os dias de hoje. Nelly Coelho
destaca a necessidade de reafirmarmos “o novo humanismo: a nova visão de mundo
alicerçada no homem, no poder criador de sua palavra e do seu fazer”. (COELHO,
2011, p. 42)
A autora finaliza seu texto com algumas
reflexões:
“Os novos rumos da educação
apontam para a aprendizagem da língua portuguesa como fator integrante da
identidade do eu como pertencente a um povo.” (p. 42)
“A literatura, como domínio pleno
da língua e do conhecimento humano, prepara cominho para a entrada nas demais
áreas do saber...” (p. 42)
“Como integrar o conhecimento
cultural e o instrumental num projeto de formação humana que vá além da mera
diversão ou de acesso à mera informação? Dessa ‘integração’ resultará a
qualidade da nova educação.”(p. 43).
MARTHA, Alice Áurea Penteado. Qualidade na
literatura infantil e juvenil: como reconhecer na prática da leitura? In: OLIVEIRA,
Ieda de (Org). O que é qualidade em
literatura infantil e juvenil: com a palavra o educador. São Paulo: DCL,
2011. P. 47-65.
Nesse texto, a autora apresenta
uma série de considerações que podem ajudar o educador nas escolhas de obras
com qualidade para a leitura em ambiente escolar.
Segundo a autora, existem
programas e instituições que promovem e divulgam as obras significativas
publicadas anualmente. Entretanto, é o professor, o coordenador, o mediador de
leitura que escolhem as obras que de fato os alunos terão acesso no ambiente
escolar. E, dessa escolha, cabe a “responsabilidade por conduzir a leitura, de
modo que a atividade se torne um hábito prazeroso, inclusive para além dos
muros da escola” (MARTHA, 2011, p. 47).
A grande dúvida que Alice Martha
divide com o leitor de seu texto é exatamente o questionamento que passa o
professor, diante de uma lista de obras selecionadas: como “transmitir o gosto
pela leitura”; como extrair das obras a qualidade na literatura para crianças e
jovens? E ainda: que critérios levam um educador a afirmar que determinado
texto literário é de qualidade e outro não?
Alice Martha apresenta como
exemplos da prática de leitura de três textos cuja qualidade estética justifica
sua imersão no sistema literário. São eles:
Dentre os três livros, escolhemos um para compartilharmos no blog:
No livro Era mais uma vez outra vez, de Gláucia Lewicki (2007), a autora faz uma reescrita do
conto tradicional.
A linguagem é acessível, divertida e os diálogos envolvem o
leitor.
Na obra, o narrador parece desesperado, procurando
os personagens que não estavam nas páginas em que deveriam estar. Ao constatar
que as ilustrações estavam diferentes, descobre que o Reino da Calibúrnia não
existia mais...
QUE REINO É ESSE?
A HISTÓRIA DESSE LIVRO SE PASSAVA NO REINO DA CALIBÚRNIA! ALGUMA COISA ERRADA ESTÁ ACONTECENDO AQUI!
FUI DIRETO ATÉ A PÁGINA ONDE DEVERIA ESTAR O REI. MAS ELE NÃO ESTAVA LÁ. A ILUSTRAÇÃO MOSTRAVA APENAS UM BOSQUE COM UM CASTELO AO FUNDO.
-MAJESTADE! - CHAMEI- MAJESTADE! ONDE ESTÁ VOSSA ALTEZA?
UM PASSARINHO QUE FAZIA PARTE DA ILUSTRAÇÃO APONTOU COM A ASA.
-O REI DA CALIBÚRNIA FOI PARA A PÁGINA SEGUINTE! (...)”
O leitor é convidado a viajar por uma história diferente: imaginem que o
rei vendeu o reino da Calibúrnia para o dragão e
foi para a praia. O narrador decide colocar
o livro em ordem, porque uma menina pegou o livro na estante da biblioteca para ler. Se ele não agisse rápido, ela iria
encontrar a história desarrumada.
A menina encontrou mesmo a
história toda bagunçada.
Assim, só restou ao narrador começar uma nova história, escrita
não pelo autor, mas por todos os personagens da história. Neste livro cheio de surpresas, a autora Glaucia
Lewicki desconstrói o conto de fada,
com muita criatividade e de maneira divertida.
A obra recebeu o prêmio Barco a Vapor
(2006), um dos mais importantes para textos inéditos.
As ilustrações de Gonzalo Cárcamo, aquareladas e coloridas
contrastam
com o fundo branco das páginas.
A AUTORA E O ILUSTRADOR:
Alguns trabalhos de
alunos feitos a partir da leitura do livro:
![]() |
Escola Municipal Marlene Barros - MG |
![]() |
MABE- Moderna Associação Brasileira de Ensino - RJ |
Atividades disponibilizadas no site da autora:
Em 2012, um grupo de teatro fez um montagem a partir da leitura do livro Era mais uma vez outra vez de Glaucia Lewicky.
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