domingo, 5 de outubro de 2014

A Casa Imaginária





Silêncio, a cerimônia está para começar. Dependemos da voz ou da letra. "Era uma vez...", e abre-se a casa imaginária que nos deixa habitá-la. A princípio, é estranha e talvez nos surpreenda com coisas que nos faz lembrar demais o mundo, embora todo o ritual - a voz, a modulação dessa voz, o livro - assinale constantemente que o que se conhece aqui "é" e "não é" ao mesmo tempo. Aos poucos estaremos familiarizados. Descobrimos os truques da casa imaginária, observamos que os aposentos precisam estar dispostos de certa maneira...
Graciela Montes



"O avô, com Antônio sobre os seus joelhos, contava pequenas histórias:
'Cadê o toucinho que estava aqui? O gato comeu. Cadê o gato...',
que, se não eram entendidas pelo neto,
eram lidas pelos abraços e risos trocados entre o menino e o avô."

(Queirós, 2004, p. 20)


Fonte: Indez - Bartolomeu Campos de Queirós. Editora Global, 2004


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